Design Universal – acessibilidade para todos.

Não só as pessoas com deficiência, mas também os idosos, gestantes, cidadãos com alta e baixa estaturas, obesos, indivíduos que não dominam o idioma local (estrangeiros) e até mesmo os acidentados (com alguma deficiência temporária), vem conquistando cada vez mais seu espaço na sociedade, seja no trabalho, no lazer; enfim em todos os lugares em que eles precisam ir e vir.

Diariamente, as áreas urbanas e seus equipamentos vêm sendo, ainda que de uma forma tímida, adaptados para atender a esses públicos, Hoje em dia, também percebemos que diferentes objetos como aparelhos eletroeletrônicos, automóveis, ônibus, banheiros, calçadas, carteiras escolares, espaços em lanchonetes, teatros e cinemas possuem algum sistema de adaptação para que estas pessoas possam utilizá-lo.

Esta forma de ver e construir o que nos rodeia é conhecida como Design Universal ou Design para Todos, ou seja, produtos, serviços, ambientes, tecnologias e interfaces que possam ser utilizadas por um maior número de pessoas, independentemente de suas capacidades físico-motoras, idade ou habilidades. Enfim, o Design Universal deve ser pensado para todos e ao mesmo tempo para qualquer indivíduo.

O termo foi criado nos Estados Unidos, na década de 70 e por um Arquiteto cadeirante chamado Ronald Mace. Na época, ele desenvolveu esta forma de agir e pensar para descrever o conceito de criação de espaços e ambientes onde não só a estética como também a usabilidade dos mesmos deve ser oferecida a todos, independentemente de sua idade, habilidade ou status social.

Ronald Mace foi um defensor da causa das pessoas com deficiência e a criação do termo Design Universal o consagrou como primeiro indivíduo a pensar no mundo com processos de acessibilidade nunca vistos até então. Afinal, o Design Universal é a essência de todo projeto de acessibilidade e possibilita a estruturação de soluções de inclusão mais eficientes.

Desenvolver um projeto acessível, no campo do Design Universal, em sua organização sugere uma mudança estrutural no pensar e os profissionais envolvidos precisam de obedecer a 7 (sete) princípios básicos, que foram criados por Mace e norteiam o desenvolvimento de um produto ou serviço, sendo eles: uso equitativo, uso flexível, uso simples e intuitivo, informação perceptível, tolerância ao erro, baixo esforço físico e por último pensar no tamanho e espaço para aproximação e uso.

 Vale também ressaltar que hoje em dia, este processo originalmente criado por arquitetos, designers e engenheiros, está sendo adaptado por diversas organizações para ser pensado também de forma multidisciplinar em um vasto leque de outras áreas como:  tecnologia, marketing, comunicação, direito, educação e muitas outras.

Agora, vamos entender, de forma prática, os sete passos que devem ser observados no processo do Design Universal.

Uso equitativo: o design deve ter seu uso (utilidade) para todos os clientes, em especial aqueles com as mãos ocupadas e as pessoas com habilidades diversas. O design também deve fornecer os mesmos instrumentos de utilização, evitar segregar os usuários, promover igualdade segurança e proteção.

Exemplo: portas automáticas nos estabelecimentos comerciais, que podem ser utilizadas por qualquer tipo de consumidor que adentrar ou sair do estabelecimento.

 Uso flexível: O design deve conter em si uma ampla gama de possibilidade e habilidades individuais, tudo de acordo com suas preferências. Oferecendo oportunidade de escolha nos seus métodos de utilização, possibilitando o uso para pessoas destras ou canhotas, permitindo o máximo de exploração do produto, além de oferecer a capacidades de adaptação frente aos mais diversos usuários.

Exemplo: tesouras com área de manipulação removível e adaptável para pessoas destras ou canhotas, que proporcionam o uso com as duas mãos; permitindo que o usuário possa alterná-las durante as suas tarefas.

 Uso simples e intuitivo: Utilização de cores e símbolos universais e altamente conhecidos para que os usuários possam facilmente reconhecer a informação na manipulação dos controles disponíveis. Neste caso, a utilização do produto deve ser de fácil entendimento, independente da experiência, conhecimento, competência de linguagem ou nível de concentração do usuário.

Exemplo: botões de emergência em caso de incêndio instalado nas empresas, meios de transporte e comércio.

Informação perceptível: O produto deve ser desenvolvido com diferentes modos para apresentação redundante na sua comunicação com o usuário, expressando todas as informações necessárias de forma efetiva, independente das condições ambientais ou habilidades sensoriais do usuário.

Exemplo:  ranhuras do teclado de um aparelho celular, que revela onde estão as funções mais utilizadas, sem que o usuário tenha que necessariamente visualizar as teclas.

Tolerância a erros: o desenvolvimento do design deve minimizar riscos originados a partir das consequências diversas de uso acidental e não intencional. Para tanto, o produto deve fornecer avisos do alto risco, promover uma operação à prova de erros e minimizar riscos de acidentes durante o uso.

Exemplo: pistola de pregos com trava de segurança que impossibilita a operação sem que o usuário puxe a trava de segurança e esteja preparado para o uso. Equipamento de serrar mármore com proteção de disco e trava de segurança durante a operação.

 Baixo esforço físico: o produto pode ser utilizado de forma eficiente e confortável com o mínimo de fadiga física: racionalizando a força necessária para sua operação.

Exemplo: maçaneta flexível com sua área de contato no formato alongado em L, que não requer que o usuário precise segurá-la totalmente para ser aberta, podendo também ser aberta até com a mão fechada, cotovelo, enfim sempre com o mínimo de esforço físico.

 Tamanho e espaço para aproximação e uso: Deve-se oferecer espaço e tamanho apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do usuário; esteja ele sentado ou em pé.

Exemplo: portas largas nas catracas das estações de metrô que possam acomodar cadeirantes, obesos, bem como trabalhadores com pacotes ou bagagem.

Sob esta nova ótica, sem dúvida, as organizações que adotarem o processo do Design Universal em seus produtos e serviços vão se destacar frente às outras porque vão atrair um número maior de consumidores satisfeitos com suas soluções inclusivas.Fácil acesso para todos em produtos e serviços.

Fácil acesso para todos em produtos e serviços.

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